quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A verdadeira viagem sempre ficará por fazer

Além a figueira da infância, aqui o pinheiro que também tinha feito a sua viagem pelo tempo e tinha agora a aspereza enrugada que os anos marcaram.Tal como nesse tronco o tempo selara a vida deste homem com cunho duro e pesado.A romagem de Jaime tinha que lhe avivar as memórias e dar novo sentido às imagens fugazes que revolteavam quais fantasmas.A felicidade a que todos ansiamos não pode depender da luta constante entre o individuo e a sociedade que tende a ser injusta e desequilibrada. Encontrar o nosso lugar no mundo ou nosso pequeno jardim não pode depender da desforra  do   presente sobre o passado.
Jaime queria acertar contas com a vida onde o vazio de amor na infância o presenteou com uma fraqueza do corpo que eram o espelho vivo das feridas da alma. Jaime sentiu a rugosa casca roçar as mãos calosas mas bonitas e abriu os olhos à claridade inebriante da tarde.



Nunca sairia daquele lugar de alma leve e solta. Tal como o seu pai Francisco ele temia já a velhice solitária e desprezível. Seria ele também acometido por uma ânsia desmesurada de procriar, julgando assim fugir à solidão da velhice que ele tanto temia ? Naquela viagem dois rebentos acompanharam-no : Ariana e Isaac. Na beleza sólida da serra onde alpendres e escadas de pedra se debruçam sobre as terras cultivadas, Jaime imbuído pela paz  daquele lugar idílico, inspirado pela energia da serra, aumentou a sua prole. Desta viagem às origens nasceria Alfena.

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