terça-feira, 20 de julho de 2010
Agora que estamos na UE!
A agricultura em Portugal não era uma ciência exacta mas todos conheciam segredos, artes e artimanhas transmitidos de geração em geração e a terra ciclicamente era fecundada com respeito e esforço. A experiência que o homem tanto defendeu no Renascimento, como forma de saber e aumentar o conhecimento era, no trabalho da terra, uma realidade incontestável, embrenhada nas rotinas do pragmatismo.
Também o espírito pastoral desta boa gente das Beiras, acentua uma comovente e peculiar maneira de mergulhar na memória. Jaime abraçado à retorcida figueira , vê na retina da mente, a sua figurinha vestida de escuro, a cor de eleição do português dessa época cinzenta.Revia-se frágil, desprotegido, as socas de madeira quase sem solas, acenando triste como se fosse iniciar uma longa viagem...mas não! Ele tinha sete anos , era tempo de passar os olhos pela cartilha . Ele sabia que fazia falta na quinta, a despeito da sua tenra idade pois já ajudava a recolher o gado atrás da cadela Líria. Sabia...ou talvez não que a sua escolaridade não iria prolongar-se, porque seria ele um privilegiado? Depois das primeiras letras e dos primeiros números a própria vida ensinava a conhecer a história das gentes, do povo e sobretudo a ter bom-senso e cautela.
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