sábado, 17 de julho de 2010

Ermelinda que sonhos tiveste para a vida?



Ermelinda, faminta de paz no corpo, mas cheia de tranquilidade na alma, pedia ao seu Deus pelo mais pequenito. Todos os domingos, na igreja ali mesmo ao lado do Calvário. o número "um" desta rua íngreme e lajeada, albergava uma mulher que já tinha parido oito machos e uma fêmea.O seu corpo magro e esguio eram a consequência de partos sucessivos e de uma maleita nos brônquios que a secava a olhos vistos.
Um dos pequenitos partira mal chegara...estava ao lado de "Deus Pai". Partiu o inocente apesar das inúmeras "mesinhas" que não conseguiram resgatar à morte. Jaime , o mais novo macho da família viera colmatar esta perda. Uma perda que seria chorada com descrição e temperança, pois assim fora a vontade do "Altíssimo". Benzia-se e retomava a sua tarefa. Em breve estariam todos juntos na quinta do Ameal. Já não sentia as lancinantes guinadas nos seios doces e carnudos já não chorava a saudade do seu pobre Jaime . Aproximava-se a hora de fazer a trouxa e percorrer o caminho sinuoso sobre um tapete de caruma, através da mata que desembocava naquela pobre casa...

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