segunda-feira, 19 de julho de 2010
A moda do "serrabeco" e as mão fadadas que tudo transformavam
A mãe Ermelinda, mulher iletrada mas de apreciáveis qualidades, zelava para que a sua família, todos os Domingos e Dias-Santo, fosse à missa impecavelmente limpa. Era vê-los em fila, os mais novos de fatinho de fazenda, por ela delicadamente cosidos, na velha máquina a pedal, bem penteados e ensaboados, de chapéu de abas.O pai de "serrabeco" caminhava à frente, esguio, de tez pálida e nariz romano. A matriarca, um pouco mais atrás, tentava seguir-lhe o passo, ofegante por causa da maldita bronquite que lhe oprimia o peito e aprisionava a energia.Benzia-se porque era dia Santo e de descanso e mesmo na intimidade dos pensamentos, esconjurar a sua própria doença podia desagradar ao Altíssimo.
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